CONHECER O território

A EVOLUÇÃO DA ASTROLOGIA

A Astrologia é de tal maneira antiga que o seu uso, pelo menos inconscientemente, precede os seres humanos. Toda a biosfera em geral lhe responde, e certos seres vivos, como lobos ou corais, parecem reconhecer a sua influência. Os seres humanos nunca foram exceção. Desde a mais remota pré-história, abundam monumentos megalíticos misteriosamente articulados com realidades siderais da época. Não se conhece civilização alguma que não tenha valorizado a Astrologia. Todas, sem excepção, a usaram extensivamente. Pode-se dizer que, se hoje a Matemática, linguagem quantitativa, está subjacente a toda a ciência e tecnologia, na Antiguidade, a Astrologia era, como linguagem qualitativa, o seu equivalente.  

Inicialmente, a Astrologia surgiu como uma aplicação prática, numa fase da humanidade em que se carecia de domínio sobre os elementos da natureza. À medida que esse patamar foi sendo ultrapassado, ela serviu de sistema de navegação para todos aqueles que ousavam explorar além da condição humana, rumo à Espiritualidade. Esta exploração é exigente, mas quando bem-sucedida, confere igualmente muito poder. Talvez por essa razão, a História da Astrologia sempre foi rodeada por disputas e polémicas; tanto Imperadores como Papas, receosos do uso da Astrologia em conspirações, chegaram a executar astrólogos que ofereciam previsões menos favoráveis aos seus interesses

Astrologia História

Da Idade Média ao Renascimento

Em certos momentos históricos, houve uma necessidade de controlar o conhecimento em geral. No caso da Astrologia e no contexto Europeu, isto foi particularmente evidente durante a Idade Média e Iluminismo. Em ambos os casos, apesar da propaganda para desvalorizá-la, houve tentativas apropriação exclusiva da Astrologia, visto que o poder que ela representava, não podia estar disponível para todos.

Não é surpreendente, que numa visita a bibliotecas de mosteiros cristãos, se encontrem quase todas as obras de autores astrológicos clássicos, sejam eles gregos, romanos, hebraicos ou muçulmanos. Apesar de ter destruído inúmeros documentos e mesmo pessoas relacionadas com a Astrologia, é hoje claro que a Igreja agiu como uma Arca de Noé do conhecimento durante o período Medieval. O Renascimento e a sua reabertura ao Oriente Mediterrânico, trouxeram um ressurgimento da Astrologia, e esta conheceu um período de expressão relevante ao longo deste período.

Porém, mais uma vez, a Astrologia foi desvalorizada com o advento das ciências quantitativas. Kepler e Newton são apenas dois exemplos de indivíduos que ocultaram o seu interesse pela Astrologia sob pena de sofrerem danos na sua reputação.

Da Maçonaria ao século XX

No século XVII surgiu a Maçonaria, uma congregação gradualmente institucionalizada, que absorve todo o conhecimento tradicional da Astrologia e outras ciências relacionadas nas suas bibliotecas muito privadas. Apesar de publicamente desvirtuada, a Astrologia era secretamente usada em exclusivos grupos de poder Maçónicos, que por sua vez influenciaram as universidades e o poder político. A Revolução Inglesa que levou Cromwell ao poder, a Revolução Francesa e até mesmo a Revolução Americana são casos evidentes dessa influência discreta da Astrologia e de quem a dominava. Durante estes períodos, a Astrologia, pelo menos no mundo ocidental, foi reduzida a uma expressão muito simplista e popular, por vezes esteve quase moribunda.

Porém, desde o último quarto do séc. XX temos assistido a uma crescente libertação do conhecimento Astrológico. O tempo em que esta era considerada um assunto exótico de jovens ou de donas de casa ociosas passou, atraindo agora a atenção de pessoas com responsabilidades sociais em várias áreas, políticos, financeiros ou  académicos, que suspeitam que há “algo mais” para além da aparência. Por outro lado, a decadência das religiões clássicas ou mesmo as contradições da cultura científica, deixa as camadas jovens ansiosas por encontrar outros caminhos que lhes dê sentido à existência.

Astrologia na atualidade

Depois de um período de quase moribundo, em que a Astrologia esteve entregue a pessoas de níveis culturais muito humildes, uma “massa crítica” de astrólogos solidamente informados e cultos tomou em mão a tarefa de traduzir obras Clássicas do Latim, do Grego, do Árabe e do Hebraico antigo para línguas atuais. A verdadeira Astrologia tornou-se assim acessível para quem a compreende.

Astrologia Tradicional

A Astrologia Tradicional tecnicamente exigente, e abrange uma variedade de escolas e épocas históricas, oferecendo excelentes oportunidades de pesquisa e identificação de circunstâncias. No entanto, pode gerar uma sensação de segurança excessiva no conhecimento adquirido e apresentar limitações em termos de flexibilidade, devido à sua abordagem determinista. Imagine um engenheiro que domina todos os detalhes técnicos de um veículo, mas não o utiliza muito para explorar o mundo ao seu redor.

Astrologia Psicológica

Mais acessível ao principiante, está muito focada na adaptação do indíviduo ao ambiente social e em como isso afeta a sua subjetividade. Usando a mesma metáfora, é como alguém que se passeia num carro sem grandes preocupações pela condição da mecânica ou técnica, ou mesmo com o rigor do percurso. Se surgir um problema, como furo num pneu, pode não saber mudar a roda, ou perder-se facilmente no trajecto. É uma excelente opção para o auto-conhecimento e exploração espiritual, mas tende a ser vaga em termos de orientação e planeamento temporal.

Astrologia Financeira/ Empresarial

A Astrologia Financeira é essencialmente práctica, levando a técnica até ao ponto em que é aplicável ao contexto específico, e focando-se nos resultados. Não é muito exigente do ponto de vista técnico nem pretende penetrar muito na subjetividade individual. É útil para avaliar capacidades de trabalho e/ou interacção entre membros de equipas ou parcerias. É excelente para determinar o momento certo para empreendimentos importantes, estratégias de negociação, definição de prioridades e investimentos. De acordo com a mesma metáfora, temos aqui alguém que usa o veículo para competição, exigindo uma mecânica eficaz e pragmática.